RechercAccueil - Contact
Chercher sur Liberterre
GaiaSophia Agriculture
Métahistoire Enthéogènes

Gaïagnostic

Sementes de Kokopelli

•> Aboboras 01

•> Aboboras 02

•> Acelgas

•> Berinjelas

ActualiTerres ReporTerres
LiberTerres Gaïagnostic
LivreTerres Boutique


Abóboras 02

 História

A família das Cucurbitáceas é uma das famílias mais importantes no domínio alimentício. As espécies do gênero Cucurbita foram domesticadas no Novo Mundo e cultivadas há milênios pelos povos Ameríndios. Apesar da marginalização atual de algumas dessas espécies, elas foram um componente essencial do regime alimentar de comunidades rurais e algumas comunidades urbanas do continente Americano e de outras partes do mundo.


Geralmente estima-se que Cucurbita maxima é saída do centro de biodiversidade da América do Sul. Quanto às outras quatro espécies comumente utilizadas pelo homem, isto é, Cucurbita pepo, Cucurbita moschata, Cucurbita ficifolia e Cucurbita argyrosperma, supõe-se terem sido domesticadas na América Central sem que a certeza dessa origem seja absoluta.

Por volta do final dos anos 1980, uma grande quantidade de informações foi reunida sobre a origem e evolução dessas quatro espécies. Os limites taxonômicos e genéticos de Cucurbita pepo e Cucurbita argyrosperma foram redefinidos e as espécies selvagens que lhes são aparentadas foram classificadas em categorias intra-específicas apropriadas. As conclusões de todas essas pesquisas lançaram uma dúvida sobre a origem centro-americana de Cucurbita moschata e Cucurbita ficifolia.


Cucurbita Pepo.

Segundo as escavações arqueológicas, a espécie Cucurbita pepo é uma das mais velhas espécies domesticadas. Os traços mais antigos foram descobertos no México no Vale de Oaxaca (8750 antes de Cristo a 700 depois de Cristo) e nas grutas de Ocampo em Tamaulipas (7000 antes de Cristo a 500 antes de Cristo). Sua presença nos EUA é também muito antiga, pois remonta a 4000 antes de Cristo no Missouri e a 1400 antes de Cristo no Mississipi.

É possível que Cucurbita pepo tenha sido domesticada ao mesmo tempo no México com Cucurbita fraterna como ancestral selvagem, e na região leste dos EUA com Cucurbita texana como ancestral selvagem.

"Mexican Ribbed". Cucurbita pepo


"Sweet Dumpling". Cucurbita pepo


Cucurbita moschata.

Os vestígios dessa espécie descobertos durante pesquisas arqueológicas não permitem afirmar com certeza que essa espécie é originária da América Central ou da América do Sul. Os vestígios mais antigos foram descobertos nas grutas de Ocampo, Tamaulipas no noroeste do México.

Eles datam de um período que vai de 4900 a 3500 antes de Cristo. Descobriu-se também em Huaca Prieta, no Peru (3000 antes de Cristo), no Guatemala (2000 antes de Cristo a 850 depois de Cristo).

Essa espécie sendo extremamente variável quanto à morfologia de seus frutos e suas sementes, não se pode tirar nenhuma conclusão quanto à determinação de um centro de origem genética.

A diversidade genética dessa espécie é considerável quanto à forma de seus frutos e de suas sementes, quanto aos ciclos de crescimento, quanto à resistência às doenças virais, quanto à capacidade de conservação.

Pode-se mencionar a existência de variedades muito resistentes aos vírus cultivados pelos povos Maias ou de variedades a ciclos de crescimento muito diferentes cultivados na península de Yucatan. São 2000 origens de Cucurbita moschata que foram repertoriadas pelos cientistas americanos.


"Butternut". Cucurbita moschata


"Yuxijang". Cucurbita moschata


Cucurbita Argyrosperma.

É a espécie cultivada que mais foi objeto de pesquisas intensivas nesses últimos anos.
Segundo as descobertas arqueológicas mais recentes, parece que a domesticação de Cucurbita argyrosperma, no sul do México data de mais de 7000 anos. O grupo argyrosperma parece o menos especializado e mais primitivo enquanto o grupo callicarpa é o grupo mais especializado e mais recente. O tamanho relativamente grande das sementes do grupo argyrosperma sugere que esse grupo foi principalmente selecionado pelas sementes. Em compensação, a diversidade das formas, das cores e do tamanho dos frutos dos grupos Stenosperma e Callicarpa sugere que a seleção era orientada ao mesmo tempo para a obtenção de sementes e de carne. Na América do Sul, a espécie Cucurbita argyrosperma é cultivada no Peru e na Argentina. As variedades que aí são cultivadas são manifestadamente uma introdução recente do grupo Callicarpa. Algumas variedades desse grupo são também presentes nos EUA, assim como uma variedade do grupo argyrosperma, comercializada como planta ornamental “Silver Seed Gourd”.

No México, os três grupos cultivados de Cucurbita argyrosperma se encontram, cada um, em zonas bem específicas do país numa altitude que varia entre 0 e 1800 metros. Eles prosperam de preferência em climas quentes e secos ou então com uma estação de chuvas bem determinada.

"Pepita Veracruz". Cucurbita argyrosperma


Cucúrbita ficifolia.

O centro de origem e domesticação dessa espécie é ainda desconhecido. Ele se situa na América Central ou na América do Sul. Os vestígios mais antigos foram descobertos no Peru.

Essa espécie se caracteriza por uma grande produtividade e é comum encontrar por volta de cinqüenta frutos em uma planta. Cada fruto pode conter até 500 sementes ou mais.

Cucurbita ficifolia


Nutrição

Há milênios, os usos alimentares das abóboras são os mais variados: pode-se fazer cremes gelados ou secar a carne em fatias finas no deserto para um consumo de inverno. Assinalamos a obra de Nicole e Jean-Baptiste Prades, da Rústica, “La cuisine des courges”.


Cucurbita moschata

A planta toda é consumida: os caules, as flores, os frutos imaturos e os frutos maduros. Os frutos maduros dessa espécie contêm muita vitamina A. Assim, um fruto de Butternut contém 30% a mais que um fruto de Hubbard (Maxima) e 80% a mais que uma abóbora-glande (Pepo).


Cucúrbita argyrosperma.

As flores, os jovens caules, os frutos imaturos e maduros dessa espécie são consumidos como legumes. O fruto maduro é às vezes utilizado para preparar sobremesas. Ela é também muito utilizada para alimentar as galinhas e o gado. As sementes são consumidas cruas, grelhadas ou moídas e constituem o ingrediente principal dos molhos que servem para preparar pratos à base de carne, de pimentas e de tomates. As sementes contêm 39% de lipídios e 44% de proteínas.

Em algumas regiões do México, consome-se as sementes e os frutos imaturos de populações espontâneas dessa espécie; as sementes são consumidas tais quais, enquanto os frutos imaturos são lavados e cozidos muitas vezes a fim de se livrar das cucurbitinas. Na península de Yucatan, os camponeses utilizam a carne das variedades cultivadas para curar as queimaduras e as erupções cutâneas. Eles também utilizam as sementes preparadas em água como anestésico e para estimular a lactação das mulheres que amamentam.


Cucurbita pepo.

É uma espécie que foi desenvolvida em numerosas variedades cujos frutos imaturos ou maduros são utilizados.


Cucurbita maxima

É uma espécie que foi desenvolvida em numerosas variedades cujos frutos maduros são principalmente utilizados.

"Tri Star". Cucurbita maxima


"Hubbard Bleu". Cucurbita maxima


Cucurbita ficifolia

Os frutos imaturos são consumidos cozidos enquanto os frutos maduros são utilizados para preparar doces ou bebidas levemente alcoolizadas. As sementes são também muito apreciadas nos Chiapas no México; aí elas são utilizadas com mel para confeccionar uma sobremesa conhecida pelo nome de ‘palanquetas’.

Em outras regiões, consome-se as flores e os caules amarelos. Os frutos são também dados como alimento ao gado.

As sementes constituem uma fonte muito apreciada de óleo e proteínas.


Conselhos de jardinagem

As abóboras tendo um desenvolvimento muito rápido, deve-se tomar cuidado para não semeá-los em copos muito cedo na estação. Geralmente, basta semeá-los assim de 2 a 3 semanas antes da transplantação (sobretudo para as Cucurbita pepo e Cucurbita maxima). As Cucurbita moschata podem se beneficiar de uma semana, ou duas, a mais no copo, pois seu crescimento é um pouco mais lento.

Quando uma abóbora é semeada muito cedo na estação, em copo, seu sistema de raízes se torna muito fibroso e na hora da transplantação, a planta tem muita dificuldade de retomar seu crescimento que não é mais harmonioso. Em regra geral, é preferível fazer a semeadura das abóboras em copos com atraso do que com avanço.

A transplantação se efetua depois dos últimos riscos de geadas, nos bolsões preparados fazendo-se buracos de 30 cm de profundidade e diâmetro, cheios de adubo e recobertos de terra retirada do buraco.